sábado, 24 de outubro de 2009

Sobre ontem à noite


Sobre ontem à noite eu não quero falar nada. Eu só queria tomar um chopp e esquecer. Esquecer essa parede branca e esse chão amarelo e todas as coisas brancas e amarelas. Assim como seu sorriso ontem à noite. Esquecer as vozes raras como a sua e o som da noite quando acorda. Com todas as suas cores.
É que eu ando descrente sabe? Não é culpa tua. É culpa do tempo que desgasta tudo e faz as coisas se perderem sem se pertencer de verdade. E eu acho tudo triste. Essa coisa de ter tanto em volta e um coração só. Que às vezes cabe o mundo inteiro e às vezes quer ficar só. Quieto.
Mas meu bem é só uma noite. Amanhã a gente acorda fala sobre a vida a África. Discute a eleição Americana e faz amor até de manhã. Depois a gente acorda. Toma um vinho. Leva um Tim Maia no violão. E quem sabe amor? A gente não acaba em Lisboa. Numa boa. Passando férias em Amsterdam. Ou quem sabe amor a vida é paisagem. Assim como as folhas que nascem e morrem. Assim como os casos e acasos. Assim como nós.
É que ontem à noite andei pecisando dos seus braços e abraços.
Mas isso foi ontem.

Estou no fim
Mas é tudo um recomeço
Enfim
Tudo já foi dito escrito
visto pra ser sonhado
Estou no fim da trilha
Não vou mais andar nos trilhos
Vou fugir dos estribilhos
De todos os poemas que li
De todo tempo que perdi
Sendo personagem malcriado
Desejo rasurado
Dos filmes censurados
Que jamais assisti
Vou escrever essa canção sem rima
Renunciar toda sina
Mergulhar no inusitado
A ponto de ser amado
Sem roteiro
E sem rotina

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


Hoje fiz uma prece
Eu que cria em quase nada
rezei ao santos orixás
Budah krishna alá
Um verdadeiro delírio ecumênico
Pedi para passar
Esse desespero
Essa falta de ar
Esse medo do tempo
É solitário amar
Dor de amor é para os bravos
Os que crêem
Fé é liberdade
Pois eu que cria em quase nada
Hoje creio na saudade

LEITE-SE


Leite da vida
Leite dá vida
Leite em meu colo
Leite que escorra
E alcance o paraíso
Leite é preciso
De leite
Deleite-se em meu leite
Que engole seu deleite
Delírio carnal
Então deite
Mergulhado em nosso leite
O orgasmo afinal


Eu não tenho nada
Apenas filho fé e estrada
Um tanto de poemas sujos
E músicas sequer registradas
Amores perdidos
A solidão da morada
E essa insônia que me faz poeta
E me rói a cara
Eu não tenho medo
Não tenho zelo
Não tenho amigos
Ou livro publicado
Só tenho dúvidas
Que o sorriso mascara
Eu não tenho alegria
Só a Poesia me ampara

SENTIMENTALIDADES

Pois é... depois de muito resistir, eis que estou aqui, rendida.
Tenho um blog para chamar de meu. E resolvi fazer isso na hora em que não tenho tempo nem para fazer xixi... Acabo de ter meu segundo filho, ele é um amor, mas adora ficar acordado de noite... e como meu primeiro filho adora pertubar de dia, ainda não encontrei uma sobrinha para mim... Talvez seja por isso que estou aqui... esse é o motivo.
Quero encontrar comigo!!! Já que meu marido eu só encontro (literalmente encontro), de vez em quando na hora de dormir (quando os horários batem), meus amigos então! Só aquela visitinha rápida com olhar de compaixão e aquela máxima, "nossa como você está bem!".
Tô bem nada gente! Tô gorda, cansada, assexuada, com dores em lugares que nem conhecia, assustada com o filho pequeno e indefeso, assustada com o filho maior e sagaz, assustada com o futuro, com as contas, com a casa que resolve cair justo nessa hora, com o peito que resolve cair justo nessa hora... ele aguentou tanto tempo...
Mas tô feliz a beça gente!! Descobri que nasci pra por filho no mundo. Não sou fresca e dada a sentimentalidades... mas adoro parir e cuidar. Educar é chato pra caramba, mas o resultado quando da certo é o maior barato!
Tá aí! Tô chegando gente!
Encontro com vocês por aqui... comigo também...